O fruto do jícaro é obtido de uma árvore popularmente conhecida como güira, mas cujo nome científico é Crescentia Cujete. A partir da casca dessa fruta, fabrica-se uma vasilha chamada jícara que serve a diversos usos, principalmente para a fabricação de xícaras, jarros ou açucareiros.
Essas peças são muito populares em alguns territórios mexicanos, como o estado de Tabasco e a península de Yucatán.
Uma peça artesanal
Essas embarcações já eram fabricadas pelos maias e astecas. Hoje, alguns artesãos mantêm a tradição. Seu uso destina-se à bebida de café ou chocolate, bem como ao pozol, uma bebida espessa feita com milho e cacau que é consumida por algumas comunidades indígenas no México.
Os artesãos que se dedicam a essa atividade plantam eles próprios o fruto do jícaro e depois o transformam em um recipiente. O processo de produção é trabalhoso e deve ser realizado seguindo uma série de etapas:
1) após o corte da fruta, deixe-a secar por três dias e assim evita-se a formação de estrias,
2) proceda ao corte do jícaro e retire a polpa de seu interior,
3) a partir desse momento você tem que esperar três meses até que a casca do jícaro seque definitivamente e
4) com a habilidade do artesão, a casca da fruta começa a ser manipulada para transformá-la em uma cabaça.
Cada uma das peças incorpora algum símbolo decorativo da cultura Nahuatl (os símbolos usados fornecem uma essência específica para cada recipiente).
Dependendo da forma e da cor de cada peça, podem ser envernizadas ou deixadas com um tom natural. O trabalho completo é realizado em um dia e para isso são utilizadas ferramentas especializadas (para cortar a cabaça usa-se o arco e a serra, a polpa é extraída com algumas colheres e o interior do recipiente é polido com alguns raspadores). Todos esses utensílios são usados desde a antiguidade e não podem ser encontrados nos estabelecimentos convencionais.
As vasilhas têm uma versão diferenciada, pois também são feitas de barro e pedra. Os cronistas espanhóis da conquista do México registraram essa tradição.
Uma peça muito valorizada pelos turistas
Em suas origens, a arte da abóbora era um simples entretenimento. Com o tempo, tornou-se uma empresa familiar. A originalidade deste produto artesanal é muito apreciada por turistas nacionais e estrangeiros.
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