Os enclaves mais profundos dos oceanos são conhecidos como fossas oceânicas ou fossas marítimas. É um dos locais mais desconhecidos e ao mesmo tempo mais enigmáticos do nosso planeta. Algumas dessas sepulturas atingem 11 quilômetros de profundidade.
Esses ecossistemas têm três características únicas: ausência de luz solar, aumento da pressão e baixas temperaturas.
Obviamente, para o estudo das profundezas do oceano é necessária a tecnologia mais avançada, principalmente o uso de sonares de alta resolução.
As trincheiras oceânicas representam um desafio para a comunidade científica
As fossas oceânicas são de alto interesse científico por várias razões:
1) o estudo das espécies e microrganismos que ali habitam,
2) nesses locais é possível sentir a resistência de alguns materiais, pois a pressão neles é muito maior do que o normal,
3) conhecimento do ciclo do carbono e
4) compreensão das mudanças climáticas e das correntes subterrâneas.
O estudo de todos esses aspectos transforma as fossas oceânicas em áreas de grande interesse para a comunidade científica. Do ponto de vista econômico, o setor de petróleo faz prospecção e prospecção de petróleo nessas áreas. Em qualquer caso, a comunidade científica considera que o estudo das profundezas do oceano está numa fase muito inicial.
A Trincheira Mariana
O Challenger Chasm localizado na Fossa das Marianas é o lugar mais profundo do oceano e está localizado ao sul das Ilhas Marianas, no Pacífico. A primeira exploração desta trincheira ocorreu em 1875 e desde então várias expedições têm sido realizadas (em 2012 o cineasta James Cameron foi a primeira pessoa a chegar ao ponto mais profundo da Terra sozinho e o fez em um submarino patrocinado pela National Geographic).
De acordo com as investigações realizadas, sua profundidade exata é de 11.034 metros e seu ponto mais profundo é conhecido como Abismo Challenger, em homenagem à primeira expedição inglesa realizada em 1875 na corveta HMS Challenger.
Na Fossa das Marianas foram encontradas curiosidades de todo tipo, como grandes crustáceos, lulas gigantes, águas-vivas, diferentes formas de plâncton e seres unicelulares que não existem em nenhum outro lugar do planeta. Os animais que habitam este lugar se alimentam dos sedimentos que se encontram nas planícies abissais.
É um desafio para os biólogos marinhos descobrir como as diferentes espécies conseguiram se adaptar a um ambiente tão hostil, pois é preciso levar em conta que a luz solar não atinge essa profundidade.
Fotos: Fotolia - mar / swillklitch