A palavra casuística vem do latim casus, que significa caso. É usado em três sentidos diferentes. Em geral, refere-se à (1) análise de situações ou casos particulares que fazem parte de um mesmo assunto. Por outro lado, (2) no campo da teologia ou da ética é a aplicação de princípios morais gerais a diferentes comportamentos concretos dos seres humanos. Por fim, no âmbito do direito (3), o termo casuística é utilizado para designar a análise de uma situação jurídica por meio de um conjunto de casos ilustrativos.
Conhecer casos particulares para compreender uma realidade geral
A ideia de casuística é aplicável em todos os contextos em que se tenta compreender uma situação global a partir de alguns casos concretos que são ilustrativos.
Se estudarmos o fenómeno da pobreza, uma análise casuística seria aquela em que são apresentadas situações específicas de pobreza (todos os casos apresentados seriam diferentes, mas teriam em comum a ideia geral da pobreza).
Em teologia e ética
Nessas duas disciplinas a análise do comportamento humano é comum, pois em ambas se trata da dimensão moral do ser humano. Na verdade, um princípio teológico ou ético geral pode ser compreendido se olharmos para uma série de casos reais ou fictícios que ilustram esse princípio. O senso moral do tipo casuístico é aquele que se baseia no exame de casos particulares.
Suponha que analisemos os comportamentos de cuidado de três indivíduos da perspectiva da teologia cristã. No caso A se trata de uma pessoa que ajuda os outros inspirada no conceito de caridade cristã, no caso B uma pessoa age generosamente com base no amor de Deus e no caso C a pessoa faz o bem para promover a paz entre os homens.
Em teologia, a casuística serve de análise metodológica e as bem-aventuranças ou parábolas são um exemplo disso (cada parábola é um caso particular e com ela é fornecido um exemplo concreto de um princípio geral).
No âmbito da ética, a compreensão da ideia de bem ou dever moral também pode ser feita recorrendo a uma série de casos hipotéticos concretos.
A análise da teoria do crime a partir de casos particulares
Suponha que um advogado analise o conceito de crime. Para fazer essa análise, ele não se concentra na dimensão teórica do assunto, mas apresenta uma série de casos particulares que servem para ilustrar sua exposição. Dessa forma, os tipos de crimes poderiam ser explicados por meio de exemplos significativos e todos eles compõem uma casuística do crime.
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