Desde o início da história, os artistas geralmente foram uma guilda marginal e empobrecida. Dessa premissa surgiu o patrono, um indivíduo normalmente rico, de alta classe social e com uma sensibilidade artística especial. Essas pessoas financiaram artistas para que realizassem sua atividade criativa sem se preocupar com a produtividade econômica. Assim, podemos entender o mecenato como uma postura altruísta que prioriza a criação artística em detrimento do dinheiro.
O auxílio financeiro do patrono pode ser direcionado para todo tipo de atividades, como a publicação de um livro, a publicação de um disco ou a atividade pictórica. Em algumas ocasiões, o patrono apoiou financeiramente intelectuais para que eles investigassem sem qualquer preocupação monetária.
Se focarmos na Espanha, dois grandes autores como Lope de Vega ou Cervantes tiveram a ajuda altruísta de um patrono. Vários dos projetos dos dois escritores foram viabilizados pela generosidade de Pedro Fernández de Castro, mais conhecido como Conde de Lemos.
A origem do termo e o papel do mecenato na Renascença
A palavra patrono vem de um indivíduo da civilização romana, especificamente Gaius Cilnio Maecenas, um aristocrata romano do século I AC. C. que promovia as artes e com seu dinheiro ajudava poetas como Horácio e Virgílio.
Embora o mecenato exista desde os tempos antigos, foi a partir do Renascimento que atingiu o seu apogeu. Naquela época, poetas, escultores, pintores e outros artistas recebiam dinheiro de um mecenas para continuar com sua produção criativa. Conhecemos os famosos casos de Bernini ou Van Dick como artistas patrocinados ou o caso do Papa Júlio II, que promoveu a cultura em geral com sua contribuição financeira para diversos artistas.
Patrocínio na lei
A legislação de alguns países contempla a possibilidade de uma empresa atuar como mecenas de qualquer manifestação artística. Desta forma, consegue-se um duplo benefício: ajuda financeira ao artista e que a empresa adquira uma boa reputação como entidade. Atualmente, muitas empresas, como bancos e grandes corporações, financiam todos os tipos de artistas e cultura em geral.
Apesar de o apoio financeiro ao artista ter um componente altruísta, não se deve esquecer que as leis do mecenato costumam conceder isenção de impostos para as financiadoras.
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