Durante a longa Idade Média na Europa, as abadias cumpriram uma dupla função: um edifício religioso para a vida monástica das diferentes ordens cristãs e um centro cultural. Como local de culto, a abadia pode ser um mosteiro ou um convento.
Um centro de oração e trabalho
Cada abadia é governada por uma ordem religiosa. No caso dos monges beneditinos, a vida cotidiana nas abadias era muito simples, pois se dedicavam à oração e ao trabalho. Como expressa o lema de San Benito, eles se dedicaram à ora et labora, ora e trabalha. A oração teve várias modalidades: Matinas no início da manhã, Laudes ao meio-dia e Vésperas da tarde. Todas essas orações diárias são conhecidas como "horas do ofício divino".
Quanto ao trabalho, dependia de cada abadia, mas eram comuns o cultivo de campos e jardins, a pecuária em pequena escala, a panificação, a fabricação de calçados ou a alfaiataria. Em alguns casos, as abadias tinham uma pousada para receber os peregrinos que se dirigiam às cidades sagradas da cristandade.
O abade ou abadessa é o responsável máximo e o líder espiritual da comunidade religiosa que vive na abadia
Quanto às suas funções, são basicamente duas: dirigir a administração e fazer cumprir as normas que regem a vida monástica (as normas de uma comunidade religiosa são conhecidas como regras, sendo a mais conhecida a regra de San Benito). Abaixo do abade ou abadessa estavam o prior, o subprior e o resto dos membros da comunidade.
Dentre as atividades cotidianas realizadas podemos destacar as seguintes: cuidar da igreja, fazer velas, cuidar das roupas religiosas ou cuidar do cemitério.
Quanto à eleição do abade ou abadessa, são os membros da comunidade que a elegem por meio de um acordo geral. Na maioria das comunidades, a eleição do abade era feita por voto secreto.
A biblioteca e o scriptorium são dependências da abadia dedicadas à atividade intelectual
A maioria das abadias tinha e ainda tem uma biblioteca. Nele havia um scriptorium, local destinado à cópia dos manuscritos, elaborados pelos escribas.
Os ilustradores também trabalham nos manuscritos, que se dedicaram a decorá-los com ornamentos.
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