A grande variedade de espécies é um assunto que tem despertado o interesse de biólogos e da comunidade científica em geral. Para fornecer uma explicação deste fenômeno complexo, duas teorias de referência foram desenvolvidas: fixismo e evolucionismo. Uma terceira concepção, o criacionismo, é inspirada por crenças religiosas segundo as quais as espécies foram criadas por Deus.
Do fixismo ao evolucionismo
No século IV aC, o filósofo Aristóteles argumentou que as espécies mantinham suas características fisiológicas e anatômicas de forma inalterável. Em outras palavras, os seres vivos não mudam com o tempo e suas características são permanentes ou fixas. Essa visão foi mantida até o século XVIII com cientistas como Cuvier ou Linnaeus.
Mais tarde, o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck propôs uma teoria alternativa, o transformismo. De acordo com ele, as espécies incorporam mudanças progressivas ao longo do tempo e as espécies estão de alguma forma sujeitas a um mecanismo evolutivo.
A abordagem científica do fixismo conectada com a visão criacionista, uma vez que Deus é quem criou as espécies vivas e estas conservam inalteravelmente a sua essência e características. A lógica do fixismo baseava-se na ideia da imutabilidade e perfeição de Deus (as criações de Deus devem ser necessariamente perfeitas porque o contrário seria admitir que um ser perfeito cria algo imperfeito e esta questão seria uma contradição óbvia).
De acordo com a visão dos fixistas e criacionistas, os fósseis eram interpretados como restos de animais ou plantas que desapareceram após o dilúvio universal mencionado na Bíblia.
O lamarckismo introduziu gradualmente a ideia de evolução. Assim, de acordo com Lamarck, as diferentes espécies mudaram para se adaptar aos seus habitats naturais correspondentes. Nesse sentido, as formas de vida atuais descendem de outras formas de vida do passado. Esses princípios questionavam a tese do fixismo, mas serviam de base teórica para um novo paradigma, a teoria da evolução de Charles Darwin.
A teoria da evolução marcou o fim do fixismo como teoria científica
Para Darwin, as espécies estão sujeitas a um processo ou lei da seleção natural. Nesse sentido, os animais se transformam ou evoluem porque diferentes mutações aparecem na prole que favorecem uma melhor adaptação ao meio ambiente e essas mutações são herdadas pelas gerações subsequentes (por exemplo, um coelho que nasce com uma pelagem maior pode se proteger melhor dos frio e esse novo traço é transmitido aos seus futuros descendentes até que finalmente acaba sendo selecionado pela própria espécie como um todo).
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