A crônica é uma obra literária que narra um acontecimento histórico respeitando a ordem cronológica em que aconteceu., sendo esta última o diferencial da obra artística. Se uma narrativa se orgulha de ser uma crônica e não segue esta condição sine qua nonNão é uma crônica verdadeira.
Geralmente e tradicionalmente, essa modalidade é narrada na primeira ou terceira pessoa, por uma testemunha ocular ou contemporânea do evento em questão. De acordo com as características de cada escritor, observa-se que a grande maioria dos eventos de as crônicas São relatados no pretérito, embora em alguns casos seja possível especular com a narração no presente, quase em "tempo real".
A crônica, além disso, é um dos gêneros mais tradicionais dentro do exercício do jornalismo. Um jornalista que se preze deve conhecer e lidar para piacere este tipo de conteúdo, desde o início da profissão até hoje é parte integrante e muito importante de qualquer jornal, noticiário ou meio de informação. Para muitos especialistas, as primeiras peças do verdadeiro jornalismo foram as crônicas. Nesse sentido, destacam-se os textos produzidos pelos cronistas que acompanharam os exploradores, viajantes e grandes navegadores da antiguidade. Assim, as crônicas de Marco Polo marcaram um marco histórico; em tempos um pouco mais tarde, os diários dos registros da primeira viagem de Cristóvão Colombo à América e, acima de tudo, o longo relato de Pigafetta na expedição de Magalhães e Elcano constituem textos jornalísticos sublimes no formato de Crônicas.
No jornalismo, as crônicas têm um preciso classificação, em amarelo e branco. E para quem administra bom senso e algum conhecimento de gênero, a diferenciação ficará bem clara, senão o esclarecimento será o mesmo.
É conhecido como amarelo para aquelas crônicas que apresentam ou narram um fato desde o subjetivismo mais absoluto. Por exemplo, em caso de acidente de trânsito, o jornalista, além dos detalhes inerentes ao local, data e hora em que ocorreu o acidente, incluirá a voz de uma testemunha ocular, que será sempre um cidadão comum, que ocasionalmente ou não, ele passou pela área e teve que testemunhar o evento.
Já as crônicas brancas apresentam um material mais objetivo e costumam invocar a voz de algum sujeito especializado no assunto que abordam.
Ao contrário do que acontece com outros gêneros jornalísticos por excelência, como o noticiário, a crônica, usa linguagem simples, pessoal, direta, subjetiva, admitindo o uso e abuso, se quiserem, de adjetivos, algo inesperado na construção de uma notícia.
Um exemplo concreto do que é uma crônica é a obra do famoso escritor colombiano Gabriel García Márquez, batizado Crônica de uma Morte Anunciada e que certamente mais de um terá lido na escola ou na cátedra de jornalismo, se surgir o vício da profissão.
As postagens em blogs modernos ou comentários esporádicos em redes sociais como Twitter ou Facebook podem ser considerados verdadeiras crônicas? O debate aberto ao nível da Web 2.0 tem motivado a necessidade de postular a existência potencial de um “jornalismo 2.0”, em que qualquer cidadão comum é capaz de se tornar um jornalista fugaz, com a possibilidade de “narrar” ou “informar” em absoluto tempo real. A simplicidade e a quase ausência de objetividade concreta da crônica jornalística facilitam a adoção desse gênero como o elemento ideal para o eventual jornalista descrever uma novidade, a partir do teclado de seu laptop ou da tela sensível ao toque do celular. No entanto, outros especialistas não acreditam na possibilidade da "crônica 2.0", pois postulam que, na realidade, é um gênero absolutamente novo e inédito na história das comunicações, razão pela qual outra figura literária deveria ser usada. No entanto, além das opiniões formais, as novas tecnologias agora permitem o crônico torna-se um gênero jornalístico de grande validade, facilmente disseminado e com possibilidade de atingir muitos leitores potenciais interessados em obter informações de forma concreta e sucinta ao mesmo tempo, em qualquer lugar e por meio de recursos de implementação imediata.