O desenvolvimento das plantas é altamente dependente da luz que recebem. Nesse sentido, o denominado fotoperíodo refere-se à influência exercida por períodos de luz e escuridão nas plantas ao longo de um período de tempo, seja um dia, uma estação ou um ciclo solar.
Cada espécie de planta precisa de um certo fotoperíodo
As funções orgânicas dos vegetais são ativadas ou desativadas de acordo com o número de horas de luz a que estão expostos. Existem árvores que requerem uma série de horas de luz por dia para que seu metabolismo funcione adequadamente. Desta forma, se não recebem impacto de luz suficiente, seu crescimento é alterado (no outono há menos horas de luz por dia e o crescimento das árvores para significativamente).
Plantas de dias longos, dias curtos e neutras
A germinação e a floração das sementes são estados que ocorrem em uma época específica do ano. O estímulo ambiental utilizado pelas plantas para detectar cada época do ano é o princípio básico do fotoperíodo.
As plantas de dias longos florescem apenas se os períodos de luz forem longos. Esta situação ocorre no final da primavera e início do verão no hemisfério norte e é revertida no hemisfério sul. Alguns exemplos de modalidade são trevo, espinafre, alface, trigo ou beterraba.
Plantas de dias curtos requerem mais horas de escuridão do que luz. Cana-de-açúcar, milho ou fumo são alguns exemplos dessa tipologia.
Os ciclos diurnos e noturnos do fotoperíodo não são decisivos para todas as plantas, pois algumas regulam suas funções de forma autônoma. A insensibilidade ao fotoperíodo ocorre em tomates ou pepinos.
O fotoperíodo e o relógio interno das plantas
Todas as coisas vivas têm um relógio biológico que lhes permite regular suas funções. Nesse sentido, a sensibilidade ao fotoperíodo é produzida pela interação de dois elementos: a luz solar percebida pelos fotorreceptores de células especializadas e o relógio circadiano das plantas.
A ligação entre o relógio biológico das plantas e sua adaptação às mudanças de luz é uma questão diretamente relacionada à produção de culturas agrícolas. Especialistas em fisiologia vegetal afirmam que o relógio circadiano das plantas funciona de forma flexível, a ponto de se adaptar a mudanças imprevistas de luz. O conhecimento de seus mecanismos internos pode ser de grande utilidade para enfrentar os períodos de seca ou para melhorar a qualidade das safras.
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